PORQUE OS GESTORES DE RH ERRAM NA APLICAÇÃO DO PEOPLE ANALYTICS?

Nos últimos tempos, tenho visto a área de Rh se decepcionar na aplicação de alguns conceitos aplicados ao People Analytics.

É usual, gestores terem lido alguns artigos comerciais, que querem simplesmente empurrar ou vender um software como a solução do mundo, porém como a célebre frase expressa, “a natureza não dá pulos “e não existe milagres: o processo de implantação do People Analytics é como um bom vinho, precisa de tempo para maturar e ficar perfeito para degustar.

Um estudo realizado por Mercer / HCI demonstrou que as empresas têm a intenção de realizar ações voltadas para o People Analytics, mas poucas realmente tiram as ideias do papel.

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Uma pergunta que faço – porque mesmo querendo utilizar análise de dados as empresas não têm aplicado esse processo, de forma estratégica voltada a gestão de pessoas?

Listo alguns insights que podem nos ajudar a responder essas questões.

Volume de informação.

O que não falta nas empresas são dados, mas terem os mesmos de forma que se possa fazer um planejamento, leitura de multi-cenários e predições, necessitam de uma organização estratégica de todo o processo.

Não adianta querer extrair dados eficientes de uma base não confiável. Então a a primeira pergunta que faço é, você tem uma base de dados que realmente traga o que você necessita?

Em uma pesquisa se identificou que 52% da empresas entendem que existe falta de conhecimento analítico para ter sucesso com o People Analytics e 54% destacam dados e tecnologias como uma das grandes barreiras.

Com o advento do machine learning, deep learning e análises preditivas as empresas estão se aculturando desta necessidade, isso significa que empresas que protelarem a evolução e organização dos seus dados, terão um futuro muito difícil em pequeno espaço de tempo.

Profissionais capacitados.

Ter profissionais capacitados que reúnam expertise, como: estatística, processos, indicadores, maturidade em gestão, ciência de dados e visão sistêmica. É uma tarefa árdua para as organizações, muitas vezes quando me reúno com empresas percebo que os profissionais que estão operacionalizando (por mais bem-intencionados que estejam e com competências invejáveis); estão trilhando um caminho desconhecido e, como chegar em um processo completo de People Analytics não é feito da noite para o dia, os projetos acabam pela metade ou perdem força.

A ansiedade dos gestores em ter uma análise de dados apurada e a demora da curva de aprendizagem é muito grande, leva os analistas ao desespero, cruzando indicadores para tirar alguma solução ou algum cenário, porém as perguntas que sempre faço são: qual a intenção de ter aquele indicador? Como esse indicador subsidiará as decisões estratégicas? Lembre-se que quem tem muitos indicadores, não mede nada!

Indicador é algo cirúrgico, que necessita ser profundamente estudado antes de sua utilização, caso contrário será até bonito de visualizar, mas pouco útil para tomada de decisões.

  

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Excesso de Números e indicadores.

As empresas geralmente trabalham com métricas interessantes, como número de funcionários, turnover, absenteísmo, sinistralidade, tempo de casa; entre outros. Entretanto por mais úteis que estes números possam parecer, eles dão poucos inputs estratégicos. Eles mostram a dor, mas não mostram as causas; e qual é o remédio que preciso tomar ou caminho da cura.

O People Analytics tem o objetivo através de cruzamento de dados e comparativos, organizar as suas informações em cenários multifacetados e múltiplos vieses, os quais darão um poder de assertividade do que fazer e insights maduros para predizer os próximos passos da organização.

Para que você possa aplicar o People Analytics de forma correta pense nos seguintes pontos:

  

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Baseado/Fonte: https://www.mercer.com/our-thinking/why-analytics-projects-often-disappoint.html

  

Me. ALEXANDER TERRA ANTUNES

Diretor do IBN – Instituto Brasileiro de Negócios, Gestor da Fundação Vanzolini e professor da FGV e MBA da UniFaccamp, mestre em administração com ênfase em marketing, com MBA em gestão de projetos bacharel em Administração de Empresas, autor e coautor de diversos livros.

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